quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Outros braços

Quando os braços me têm, levemente nos meus, mãos, costas e rosto, mesmo sem a dança, os passos são dançados.
Mãos imponentes em terno preto, vingam novamente o melhor dos abraços adentrados.O ar toma todo o pulmão : perfume que suspira !
Como sentiria falta desses momentos raros ao fim do sol para a noite reter o desespero.
Nos corredores estrelados encontrei-o.Pus as mãos nos braços dele e mostrei preocupação, mas o Sol gritava e ele não ouvia : chegou mais perto.Uma mão em minhas costas e a outra na minha face.Repousei as minhas uma no ombro e a outra no peito.Disse-me palavras que não entendi, malditas estrelas gritando.
Abracei-o com força e não quis soltar, foi semelhante ao abraço que me deu num corredor branco mais de um ano atrás...Jamais o soltaria se pudesse assim ser.Ele foi quem soltou.Mirou meus olhos com os brilhantes dele e beijou meu rosto segurando-o com as duas mãos.Sorri deliberadamente - pois não tive outro adjetivo para dar - e o vi sumir majestoso pelo chão de madeira.
Enxugou minhas lágrimas pela moldura do espelho.Nada o prometi, apenas a mim que não esqueceria o dono dos abraços vigias do tentar.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Flavo como o rei

(Se for para vir, vem!)
Não me lembro qual música tocava...Não sei que horas eram...Não sei o que se passava em minha mente.Provavelmente Meio nada e meia.Do que restou, as promessas são muitas da minha parte, incontáveis vezes que os pensamentos afogaram meus olhos.
Da certeza trago pouco mais que a troca de olhares mais linda já vivenciada, trago um futuro que as telas retratarão.
Não são conjuras de amor! Não!
Já bastam as agonias que o amor me trouxe, tantas!

O salão parecia tão vazio, como sempre me parece; e, parecia tão errado não dançar a valsa.
Quando meus olhos pertinentes cismam com a grandeza, não há luz que os cubra.De tantas vezes que ousei chamar o destino para me ajudar, para intervirem em meu bem, em nenhuma delas meu pensamento fora tão grandioso.

Ah
me faltam palavras, como naquela noite.
Como pode uma alma tão podre como a minha se encher de brilho com algo que não chegou a acontecer? E ainda por falha minha?
Chega..Já é tarde e o ano já está a se acabar, quem sabe junto dele se vão meus arrependimentos dos atos-não-feitos?

Se não fosse eu tão sonhadora e distraída, não seriam dourados os fios (seus).

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O segundo sonho : eugenia

Patinava no gelo, de um inverno estadonidense em 1969.Meados de novembro, preparativos ao Natal. Uma lagoa preservada verde e cristalina as águas, que pretendiam criar desordem naquela tarde.
Três salas grandes e um pátio que seguia um corredor até a cozinha. Nela, o espaço era pouco, e muito se encontrara entre os fogões assando bolos e a geladeira ao lado da porta.
Uma garota fora de seu tempo entretida com o que achara nas prateleiras da geladeira, tem a tarefa de segurar um recém-nascido no intuito de facilitar a passagem de uma conhecida. Ela o põe nos braços, quase o derruba, e, percebe assim que pureza como aquela não era do seu século de origem.
Ela passa a reparar e identificar cada objeto. Não encontra seu telefone no bolso. Agachada no piso repete a si mesma '' Não pode ser''. Decide agir, vai até o padeiro e pergunta:
- Mauro, em que ano nasceu?
- 91.
Ela se alivia e percebe a tolice. Mas...Não! Não era possível que aquele senhor tivesse nascido em 1991, pois ela própria nascera em 1997 e, se realmente estivesse em 2014, seu presente, ele não apresentaria a idade. Entra em pânico:
-1891?
Ele concorda e ela corre.
Sabia que não podia alterar o tempo, pois uma vez mudado o passado para sempre o futuro seria consequente.
Ao avistar a conhecida, corre em busca de respostas.Grita:
-Escute-me, pare! Que dia é hoje?
- 18! - Responde com pressa.
-De que mês?
- Novembro ! - Agora já com deboche.
-Mas...de que ano?
-Bia, 1969! O que há contigo?
Ela corre e pergunta às crianças quem era o presidente, apenas um se atreveu a responder '' Johnson'', mas o mesmo havia saído do poder no ano passado. Uma menina pequena, de oito anos, pede a ela um peixe. Ela pensa ''Oras, não tenho tempo para peixes!'', e envia um garotinho à lagoa para pescar.
Tudo estava em ruínas, cada palavra dela 45 anos adiantados tornaria moderno demais o passado.
Enquanto ela precavia-se em cada passo, seu amigo esbanjava tecnologia na sala do meio. Ao ver a cena, ela entra no cômodo gritando e exigindo que parasse sem ao menos indagar o porquê ele tinha o celular e ela não.
O pior permanecia. O lago estava sob detetização e o garoto havia sumido. Os peixes afundaram em petróleo e o cheiro exalado contaminava os redores. Bia não tinha como resolver sozinha e volta à sala pensando que o amigo poderia ajuda-la. Que ironia, agora tudo estava em pleno equilíbrio: todos sentados enfileirados, silenciados e comportados. Ela avistou no último lugar, na ultima carteira um homem alto, ali sentado.
Ela pensou que, devido as madeixas douradas e olhos celestes, se tratava de um anjo que perdera as asas. Em função disto, as mãos pálidas da moça foram diretamente tocá-lo nas costas, pouco abaixo dos ombros.
Subitamente ele se levantou, rindo e chamando-a pelo nome, como se o verbo ''conhecer'' tivesse agregado um significado mais profundo.
Todos os outros na sala estavam lá como removidos, insignificantes observando-os. Ela acabou abraçando-o por trás, fazendo cócegas. Davam passos para trás, frente e para os lados, e iam diminuindo a velocidade dos pés e da fala risonha...Até que, sem saber no que resultaria, ela para e o abraço continua. Sua cabeça se reclina no ombro quente e vai deslizando vagarosamente até o peito dele e se aloja ali.
Sentindo o perfume puro e o calor da pele que se mostra tatuada, no lado direito do peito: versos. Ela não se conteve e teve de sentir as palavras por suas palmas das mãos, e passa a ler as letras pretas. Aconchegados um no outro, exitam o trocar de olhares, mas não conseguem e acabam por perdendo-se um nos olhos do outro. Ele inclina a cabeça e ela ergue a dela. Os lábios se tocam e contribuem à felicidade mútua. A sensibilidade se acentuou com a pureza e divindade compartilhada. Ela tinha medo de soltá-lo na possibilidade de ser abandonada, cultivando esperanças de uma nova visita de um anjo que não pode mais voar.
Os rostos se separam e trocam o último olhar de clamor. Ela acaricia o rosto dele como despedida mirando o azul inigulável dele. Ao deixar a sala da forma que a encontrara, com os versos na mente, ela nota o mal que fizera. Os deuses haviam escrito em linhas diferentes o destino daquele homem, que agora estava fadado a levá-la consigo sem jamais usufruir de um reencontro.
Como ela havia voltado ao passado? Nem mesmo Bia sabia. Poderia ser delírio, efeito colateral, de testes de algum medicamente, insanidade; tecnologia militar ... Ou, apenas um sonho para alegrar sua semana. De tão anestesiada que se sentia, ela não debatia a fonte que a trouxera.
Ao cruzar a porta, Bia se arrepende de ter alterado a história, mas também de deixá-lo lá. Vira-se. Abre a porta azul e estava a entrar no mesmo cômodo que saira, mas agora em sua atualidade. Bendito 2014. Bia fica imóvel ao reconhecer na sala cada rosto visto minutos atrás, não havia lógica que explicasse a situação vivenciada. Desta vez, estavam todos de pé, distraídos e conversando, e, enquanto ela boquiaberta analisava sua condição de realidade, o mesmo homem loiro vem em sua direção. 
Ele sorri e meche em sua cintura.Diz:
- Ah, me desculpe, mas eu já não te vi em algum lugar?
Ela reconhece cada traço dele, sorri singela e mente como nunca quis:
- Não...Eu acho que não.

sábado, 13 de dezembro de 2014

O cisne negro narrando as aves


Quando a noite é descrição de arco-íris, feita em 7 listras, o pote no fim das cores é ouro apenas se parar de chover.
Tudo, tudo coopera.Coração dispara, pulsação acelera em vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.Dois segredos, uma história e um sorriso.Poucas linhas e muito o que se dizer sobre algo que nunca aconteceu, sobre algo que não sei que aconteceu.
Como é falar sobre algo do qual se desconhece a existência? Inédito.
Elegância e uma pitada de suspiro.Importância com um bocado de integração.Com ainda mais encanto surge um pássaro em meu canteiro de flores.Ele responde quando o chamo, vai, e fico a observar quando ele me faz o mesmo...Canta baixinho, para que as outras aves não se sintam intimidadas - com suas asas novas.
Em seguida, me vêm um corvo.Muitos diriam que era melhor se afastar, tomar distância da criatura...Mas, por alguns motivos, aquele ser sombrio sempre me atraiu de uma forma ou outra.Pousou rasteiramente ao meu lado sem que eu notasse, deixou a frieza de canto e quente parou em meu ombro.Abriu as asas que arranhavam meu rosto, assim uma forte fragrância me atingiu.Senti-me segura para contar-lhe um segredo : '' Já vivi este momento num sonho''.
Achei que havia acordado, mas todas as flores do jardim ainda estavam por lá.Inclusive os girassóis malditos, que viravam, tontos, em torno das luzes dos espelhos da minha janela.Sonho sim, sonho não, deixei-me ir a andar entre as flores todas.
Avistei, com certeza de que era, um bem-te-vi.Riu a mim como sempre cantarolando o que agrada.
Pouco ao seu lado, sai de um laginho, toda molhada, uma coruja.Abaixei-me e ela deu um passo, dois, em minha direção.Olhou-me com aqueles grandes olhos e piou.Toquei em suas penas e a água passou à minha mão.Foi embora dali, estava ficando tarde para perseguir aves no quintal..A presença da coruja já confirmava isto.
Sentei-me entre as flores azuis e a grama.Era confortável, nenhum inseto tão próximo, e, a luz da Lua começara a me atingir naquele exato instante.
Uma ágia, saída de nem-deus-sabe-daonde segue uma linha reta em minha direção.Meus olhos se tornaram fixos como os dela,ameaçadoramente belos.Ao estar frente a mim: parou.Voou para seguir a direção, mas as penas esbarraram no que posteriormente seriam as minhas.Virei-me: ela seguira em frente.
Fui-me de volta à casa e em frente ao espelho me deparei com os primeiros sinais: olhos manchados e penas na coluna.Virei a cabeça para olhar, do colo às costas meu pescoço grudou os lábios na pele.Na tentativa de gritar - ainda sem saber qual era o sentimento - assobiei.Cantarolei e cantei as águas de uma cidade a qual nunca fui...E, eu, tão pálida, beirando branca, via a escuridão tomar-me como gole de bebida em festa.
Ao bater as asas, perdi o vôo e cai na terra seca.Acordei já curada, com o corpo terno e já repudiado por tudo: estava de volta à temível ''normalidade''.Recebi visitas, queriam me agradar.
Foi-me perguntado o que queria de Natal, sugeriram um pássaro.Aquelas eram as opções,e, eu, ainda não sei qual delas voar.

                                                                               



domingo, 7 de dezembro de 2014

Os cabelos no chão

Para tudo há uma explicação, principalmente para o novo corte que aderi.Anteriormente, as mechas longas voavam ao vento e eram unidas em laço, mas, quando os tempos não eram mais de inverno nem verão, eram confusos, tive de escolher.
Optei pela duplicidade.Metade longo, metade curto.Mantinha meus ideais antigos, os que o tempo formou e trazidos de berço; e rompia com os mesmos, realçando o outro lado que há tempos queria tomar vida.
Foram pouco mais de 50 dias jogando a moeda ao ar: sendo cara ou coroa.Sendo bom exemplo de dia e vilão a noite.
Como em tudo na vida, as trevas arderam mais e ultrapassaram os limites da direita e esquerda.
Não foi uma escolha e nunca será.Foi uma necessidade.Um grito de socorro.
A cor me interrompeu nos instantes de alívio.Sempre escuro, sempre sombra.Sempre refletira sem espelho o que agora totalmente sou : totalmente o outro eu.Um eu com nome gritando sem precisar se retratar ou apresentar.
Por fim, nunca se tratou do meu cabelo...Mas isto, todos já sabem !

sábado, 29 de novembro de 2014

voz

Essa minha memória ruim ainda me custará lembrar quais são as vozes que perambulam no fogo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Reminiscencia de fim de ano

Pensei muito no que me dizia respeito, no que vali neste ano que agora vai desgrudando das mãos.
Como sempre, Caleb Sindores toma forma e vinho, e me fala as verdades que Cássia Eler já havia dito...porque "Eu sou poeta e não aprendi a amar ".
Mesmo eu tendo a poesia, fiz diferente e aprendi a ter amor por 2014 e cada detalhe dele que irei sentir falta.
O livro que abri me escreveu e passei o recado a Caleb Sindores...Ele me respondeu com um último adeus : pareceu mais fácil para ele do que eu imaginava.
Colhi mais flores do ano que vem e deixei em sua casa.Infelizmente, não fui a primeira a escrever buquês a ele, já havia outro : que é melhor que eu ( disse Caleb ).
Ser breve não é o que melhor faço, é apenas mascarando que posso fazer o que breve não consigo.
Adeus, Caleb Sindores
Adeus, 2014 !

sábado, 22 de novembro de 2014

Por duas horas em prantos

Desde ontem, o anseio me preenchia com a chegada data.
Ali, como a noite de glória e aplausos que não me pertencem mais.Tive de confirmar, de ir.
Lá cheguei minutos depois da reunião da qual eu quis fazer parte novamente, mas certamente é obra do destino : minha ansiedade se tornaria a delas.
Vamos a sentar, a sentir com os pés descalços a madeira do chão e engolir com os olhos o vermelho das cadeiras.Aos poucos lotada.E, meus olhos já se esgotavam de lágrimas antes mesmo de derrubá-las.. - pelo menos as deixei lá.
Ao começar, já perdi o senso de multidão e me senti acolhida ali, assistindo o que jamais deveria.No fim, tudo acontece ainda por um motivo.
O meu desta noite poderia ter sido o amadurecimento artístico e sentimental da minha pessoa, com a superação da perda e de souber lidar com ela.Não.Simplesmente porque se trata de mim.
A peça acabou e corri, sem coordenação nas pernas, até o palco e voei de abraço a cada uma, cada uma que ainda ocupa espaço no palco da minha memória.
Sem fôlego não pude dizer nem o básico e deixei-me envolver na reminiscencia a ponto de esquecer-me das obrigações que devo cumprir logo.

Terminei terminada : em prantos.

No fim, perdi por hora meu lugar lá...
O lugar mais belo do planeta me tirou um inesperado sorriso quando me disseram :
" Você não era o...? "
Conclui a frase, mas não a fase.

sábado, 25 de outubro de 2014

PARTE 2

Sobre o palco, nada a se dizer.Continua o mesmo :belo, distinto e convidativo; com as escadas enroladas, tábuas de madeira mãe, luzes mais belas que as do céu e a essência indescritível.
Jurei que desta vez ninguém me veria derrubar as lágrimas, pois ninguém me veria no palco - mesmo eu ainda estando lá, de uma forma ou outra.Consegui chorar pra dentro as saudades do meu amor mais verdadeiro - verdadeira a arte de mentir.
O cansaço e suor valem quando em troca se pode estar aonde quer.
Em um certo momento sozinha, um dos poucos lá, me flagrei cantando músicas que não sei a letra, e, nessas letras que não conhecia senti a proximidade do que iria acontecer - além da fadiga e doença que agora me atingem - como se novamente pudesse prever, como em filme, meu próximo passo.
O que tanto se imagina, o ''como será'', o ''quando será'' e ''será'' se juntaram a outras duvidas certas, e foraam cessadas no final da noite quando as vestes pretas apenas deram espaço ao morcego.
O som pareceu melhor que o esperado, foi suave e interessante, como um drink inesperado - ou palavras.Nele tudo que já era sabido definiu o restante: o futuro.
Como sera? a pergunta se repete, e mesmo assim ainda não sei responder - adequadamente.
Olhos cansados e vidrados na formação, assim como os pés quentes e afirmações baratas.Era uma nova visão, eram tempos de concretização do que deve ser.A contradição continua: adeus ao antigo, olá ao velho.
De nada importa, ainda tenho pancake suficiente para me iludir que ainda estou lá.
Era uma bela cadeira, bem localizado entre a correnteza dos atores correndo e os bailarinos fugindo da terra, como se digitassem a mais bela sinfonia que ainda não escrevi a mim mesma -para que eu saiba quem sou e fui.
No entanto, o que mais feriu não foi a falta do palco em si...Mas sim a falta dos aplausos e olhares a mim quando ele se esvazia.Sou dependente disto, é o meu vício.A magia acabou, gritar nas sombras não traz a paz que procuro, aquela que perdi andando distraída por aí...
Mas, enquanto sou o caos sem microfone, rabisco uns versos para tentar lá voltar!
Podem tentar me tirar de lá, as nunca de lá saí.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Adesão de fantasias

As fantasias vividas acordada me tornam mais fixada no irreal.
Eu acredito no destino e em todas as conseqüências dele.As forças que me tomam acerca de Caleb Sindores e todo o seu universo de...inversão de valores :Deixando-o de lado, achei a mim mesma surpresa em frente ao espelho cerrando o reflexo que já sabia existir.
E esse reflexo tomou conta da situação, fazendo-se de negação à reconhecimento de ser estupefado pelo dono dos delírios.
Quanto mais falam que deve ser, mais é!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Uma fábula psicanalista

   Era uma vez um menino comum, com pai e mãe.Ele se chamava Jonathan e tinha apenas oito anos quando escreveu seus primeiros versos sobre sua feliz família, assim eram:
'' Meu pai é meu herói
Eu quero ser para sempre o queridinho da mamãe.''
 Rabiscou estas palavras na parede em que, dois dias depois, foi colocado seu guarda roupas, cobrindo a bela história.Quinze anos se passaram, e Jonathan agora já era formado em filosofia na faculdade, até que, em um agradável dia, ao visitar a velha casa, descobriu a travessura deixada na parede e que, de fato, ele também era pesquisa de Freud.
  Analisou atenciosamente sua projeção em seu pai e não aceitação da perda do colo da mãe.Frustrou-se a estudar o Complexo de Édipo e neste encontrou respostas dos frequentes conflitos com o pai ao defender a mãe.
  Dois dias depois, em um domingo, Jonathan foi encontrado morto no mesmo local.Suicídio.Fora seu Id gritando morte ou Superego o protegendo da verdade?





















quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Deidade





A faca não sacia apenas a dor dos que querem tirar a vida, claro que não.
A faca esculpe na pele, mesmo sem o toque, as palavras que não querem ser esquecidas
- e nem devem -
Assim foram:
"Porque este meu amor
tem nome e sobrenome
Apresento com louvor
Caleb Sindores"

Ao fim da tarde
A faca se foi,sã e limpa.
Com cabo de madeira bem velha,
E ponta afiada em aço de boa qualidade,
Lacrava em sua essência um poder inimaginável:
Quieta na gaveta cuspiu a tinta que sobrara, fez desenhos.
Eram cães, cidades, rosas e príncipes de olhos escuros e barba.
Foi tamanha a confusão já explicada por muitos profissionais antes.
Os desenhos tomaram vida, as cidades tão azuis se juntaram às existentes, 
As rosas foram junto para compartilhar a beleza e paz nos corações humanos,
Já os príncipes se separaram formalmente, exceto um aqui permaneceu:
Aderiu aos conhecimentos do mundo e os tomou como seus próprios,
Tornou-se mestre e deixou a barba crescer para enganar o tempo,
Vestiu versos, óculos, ironia, sensualidade e conhecimento,
Adotou a voz serena e provocadora entre os tais lábios,
Ensinou ao povo a adoração aos deuses e mortais,
E, em uma branca manhã de segunda-feira
Tomou como verdade a volta da faca,
Entre o peito pulsante e a pá
Escolheu viver.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

10:55 am ( Implacável )

Eu estou no presente continuo com direito a gerúndio ainda me sentindo desbravada,
como quem não tem o que esconder, nada de errado ou proibido
foi no passado nada simples difícil de fitar os olhos, algo parecia impedir o contato - provavelmente é o distanciamento da realidade de tantas coisas - que só me faz sublimar mais e melhor.
É...e , se pudesse dizer, o que se alastra em meu peito quando o ar que é trazido pela porta branca me atinge, o perfume sempre incerto como o segundo dia da semana.
Se fosse recíproco, os sonhos não teriam função a não ser retratar o que se quer ouvir, mas as provocações já são suficientemente fontes de saciedade diante de toda confusão.
Parece até amor de gente que corta metade do cabelo! Sentimento de Platão mal resolvido.
A correria de lá pra cá é evidente e degustada nas palavras bonitas que escrevo na folha em branco, nas linhas que apelam e gritam piedade diante do excesso de purismo - que é preciso para que tudo vá de acordo com o plano.São lentes nos dois lados, causadoras de espasmos em ambos, recebem e doam, atiram e são atingidos, batem e apanham.Masoquismo aqui, Sadismo lá? Ou será saudosismo ?
Chega.Vou me poupar aqui, não são todos os olhos que merecem ou devem ler o olhar de............
Ah! Os suspiros são inevitáveis, mas o exacerbado tom de noção não.
Sorriso, escorre pelos lábios ardente e maduro.
Desejo boa noite enquanto o devido termo é aqui tido como subliminar.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Platônico Gêmeo Ardor


Bom dia espelho de Sol
É dia onze
Febril e patriarca
Na luz de longe

Diz adeus com café seco
É essa voz
Minguante e consciente
No outro vão veloz

Lança ósculo de má fé
É nessa mão
Firme e politizada
No mar em vão

Adormece e livra o lençol
É onde mora
Silencioso e condenado
Na morte certa hora

Unânime cala o sem fim
Ê o olhar
Sedentos e adeptos
Na visão a provocar

Mentor falha ao viver aqui
É ser vital
Digno e incontestável
No colo inibe banal.


domingo, 14 de setembro de 2014

Insanidade e Sonhos Reais Demais/De Mais

Poucas almas são capazes de distinguir ...

Caleb era um detento da vida e prisioneiro de si mesmo
Ele forjava segredos nos olhos de quem o queria ver
Ela forjava os sonhos para melhor vi(ver) durante o dia
E as noites mais frias continuavam os mesmos lamentos
Mas, aquela  manhã de domingo começou diferente
A lembrança do acontecido e sonhado era agora distinguido
Finalmente!
Nas tentativas de garfar o molho ela perdia a atenção
Do que dizia e tentava defender incoerente como sempre
Silenciou-se para observar com atenção Caleb, em tudo
Em nada, era lá fora com ela e com o que mais estivesse
Mil versos ela escreveria, já que palavras são infinitas
E descrição em ambos sentidos não era um de seus melhores
Para findar ela bebeu todo o absinto que encontrou empoeirado
Era a fuga e a solução para seus problemas desfigurados
Pouco absorveu depois do fogo descer por sua garganta aflita
Ouviu ''estranha'' e viu tudo girar ao infinito sem música
Ele se aproximou e a abraçou como quem vai embora
Mas falou baixo em seu ouvido palavras que ela não ouviu
Entretanto ela havia entendido o que ele queria dizer lá
O puxou pela mão e ele, surpreso por ela estar ali com ela
Repetiu o dito antes e olhou fundo nos olhos escuros
Lá encontrou tudo já conhecido há certo tempo incerto
A mão estava no cabelo, e agora os lábios dele nos dela
Foi puro, e por isso tão errado - até mesmo diante do limbo
Pediu silêncio e segredo, ela concedeu e foi ele embora só
Ao pensar no que acabara de viver, surtou como nunca antes
Perguntaram onde estava o tal Caleb Sindores e suas ideias
Exitou falar de boca aberta e seu fraco coração parou de pulsar
A levaram ao hospital
Ligaram para a família
Chamaram todos os médicos
Injetaram de tudo:
Morfina, Realidade, Coerência e glicose
O doutor aflito comentou com a enfermeira
''Nunca vi um caso assim, é muito estranho''
E, estranho era de fato um bom adjetivo para ela
Apenas perdia a posição de melhor para o perfeito:
Louca.











sábado, 23 de agosto de 2014

Enfermo

Passando a sala e a porta de vidro estava o homem, deitado na cama, cheio de cobertas.As pernas dobradas, e seco estava, pele e osso.Cabelos todos brancos e só um braço pode mover.
Ele viu a todos e se emocionou, rolaram lágrimas por seu rosto sofrido.O clima era tenso e era evidente que ele sabia que quando diziam o quão bem ele estava não era suficiente, o estar bem era agonizante.
As histórias contadas no cômodo ao lado tornavam a tristeza ainda mais profunda.O outro soube entretê-lo com a voz falha e olhos ao chão, nem mesmo a mulher aceitava.
Uma cidade tão bela e uma situação tão delicada.
Um sábado tão lindo e uma luta tão árdua.
...

domingo, 17 de agosto de 2014

Eu Tive Que Ir

Voando pra casa, com asas abertas para sentir o vento em meus cabelos, as constelações em meus pés e  o presente continuo com direito a gerúndio ...Ainda me sentindo desbravada.
Uma despedida cruel e a estréia formosa assim, na mesma noite.
Como a música já me falava, me foi dito o mesmo antes de tudo:
Não temos tempo a perder.

( osculum )  !!!

De fato não havia.E, devo confessar, a falta de tempo nunca me foi tão bem vinda.


O caso é que evitei, ao máximo, transcrever mais um passo meu em prosa, poesia ou o que fosse;  pois aprendi com os porres neste blog que as vezes não devo contar tudo aqui.Mas, como sou teimosa de berço, ignoro minhas recentes regras para compartilhar em diário a doçura.

O pleonasmo me impede dizer que a doçura foi doce.Já a metalinguagem aceita minha perdição que, você leitor faminto, deseja saber qual é - nunca direi já que há meios melhores de se saber.



Ah...
...
A falta de palavras me perturba
O uso exacerbado de artigos também
Como devo então esconder este sorriso
Se os lábios não o contém ?
...
Deixe de jogo e acabe com o silêncio dos gritos meus
Segure minha mão novamente enquanto rio
Não dê importância à minha falsa timidez
Pois é só nervosismo aqui no frio
...
Acho que acabei de expor ou declarar
Neste domingo com ócio
Tudo aquilo que senti quando me disse
''Não temos tempo a perder ''



domingo, 10 de agosto de 2014

O Palco Que Não Tenho Mais

A incerteza e ansiedade eram certas.Até mesmo em sonhos lá estavam, no esperar dessa noite, abusivas da minha falta de aceitação e excesso de teimosia.
Cheguei : arrumada e livre de malas, comprei o ingresso e mesmo com ele nas mãos ainda não tinha percebido o que estava a fazer.Entrei : as vi ali, sentada orando me fez crer divinamente em seu papel; dançando e recebendo as almas me fez  lembrar das histórias que gosto de lembrar; de olhos fechados meditando me fez duvidar da serenidade que não conhecia nela; curavada ao leste falando baixo me fez temer o que havia por vir.A narração por voz tão conhecida logo teve seu efeito, não apenas escutei como ouvi.O ciclo por ela narrado tornou a melancolia mais uma personagem daquele salão.
Tomei meu lugar na tão triste platéia.Lá, nas cadeiras vermelhas, sentia o aroma do gelo seco e via as luzes por trás das cortinas, sabendo o que faziam lá.Começou: o vídeo se iniciou, e, quando descobri que mesmo não fazendo mais parte daquela família eu poderia estar com eles, automaticamente, meus olhos se encheram de lágrimas.Mas nenhuma havia caído até então.
Pude então estar no palco e na platéia revivendo alguns instantes do ano anterior, me cobri de sorrisos e reminiscencia e aplaudi a entrada de um novo show sem mim.
As danças foram belas como sempre mas quando aquela música começou... Não havia afeto que me impedisse de desabar em choro.Elas estavam lá,todas, lá, no palco, lá, todas, lá, sem mim.A expressão foi transferida daquele rosto para o meu e, de uma em uma, cada gota salgada que saía de meus olhos era ganho merecido daquelas atuações.Pasmei.Sofri eu a seringa em minha veia, puxei eu o gatilho contra minha cabeça e bati eu naquelas garotas.
Quando abandonaram os focos de luz, demorei a me recuperar, e quando finalmente o fiz elas retornaram - juntas das lágrimas.
Findou para que pudesse subir aquela escadaria de quatro degraus que me separaram de meu devido lugar.Lá, finalmente, as abracei e contei tudo que senti.Antes que houvesse mais delongas voltei ao choro descontrolado e admiti a falta soberba, não só daquele palco, mas de todas aquelas pessoas que o tornavam meu lar.
Eu me emocionei, e minha emoção as emocionou.Queria poder dizer que aqueles abraços foram suficientes, mas de nada vale a mentira diante de tanto encanto.
Só me resta esperar um retorno, algum dia, para o camarim, e poder subir as escadas, temer a platéia, olhar de relance pelas coxias e, no palco enfim, ouvir o eco de meus pés na madeira, queimar os olhos com a iluminação e receber pelo personagem aquilo que me falta sendo apenas eu.
A única consolação que ouso acreditar é que se me foi tirado é devido que receberei futuramente presente ainda melhor - isso se há.
Palco,palco,palco...
Tudo que queria era poder cantar:
"No alto da montanha tinha uma coruja,
noite de Lua saía pra cantar
tchu tchu,tchu tchu
tchu tchu tchu tchu tchu tchu
tchu tchu, tchu tchu
tchu tchu tchu tchu tchu tchu "

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Tormento sem Glória

A virgem Maria retornou à Terra.Suas mãos brancas e frias tocaram o próprio ventre e assim soube que seu incontestável destino chegara, sem avisos prévios ou razão para aquele coração bater dentro dela.Estava horrorizada e incrédula com o fruto carregado por aqueles meses em silêncio, sem conhecimento ou consentimento.
Fora vítima dos becos escuros nas grandes cidades? Pior.Fora enganada na manipulação festiva.
Não adianta chorar os rios que nunca conhecerá, menina; não lamente os rosto do passado ou os pecados cometidos contra a coroa de sangue, a culpa é inegável.
E ela dizia que sua vida estava amaldiçoada, gritava o nome mal-dito e fechava os olhos para a conclusão.Pensou...Quando foi que rogou ao fogo pedindo um feto? Quando foi que assinou o contrato com o anjo mau? O que ganharia em troca? Quando aquele suplício teria fim? Onde está o outro responsável? Lá. Lá no passado, em uma memória mal gravada, ele exalava incoerência.
Nada pode seguir em branco. O esquecimento não é uma opção. Até mesmo um sentimento incômodo deve estar registrado para que se obtenha o amadurecimento e se apenda o valor do tempo.
O fecho está naquela conversa, a mais simbólica de muitos anos.Infelizmente, ate mesmo o fim tem início com o educado balançar de cabeças no cotidiano para reviver o costume da fala.Mas, por hora, não se deve subestimar tal agrado quando a cruz ainda está no peito.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Primeira Pessoa do Singular em Outro Lugar

Eu cá, com cabelo dividido ao meio pagando de indolente, caída no chão de um banheiro sujo a observar um rato cruzar os meus pés, absorvendo os odores e inacabada por um pensamento qualquer.Não.Qualquer, não.É  reflexo escuro porque meu egoísmo é igual de minhas palavras, da mão que só sabe dirigir-se ao espelho e este só vê: retrato, distorção dos sentidos e sorriso descarado ao forçar minha cabeça à outra em frente.
Eu lá, com corrente no pescoço e morcego no peito, na ponta dos pés no chão de madeira dançando e rodando o vestido liso ao som de um bandolim feliz, a idealizar mais uma figura moderna.Não. Moderna, não. É presente desde os primórdios as sequelas do que pode ser descrito como pureza, sendo principal motivo de um sorriso, nas cobertas envoltas por pés frios e crentes na chegada imediata de outros.
Eu - que vá ! - dependente da morfina encontrada em solo fértil,  distante dos meus pulsos sangrentos da pena e da tinta.Fluente de uma língua estrangeira inútil em ruas de areia sem pedras para certificar a veracidade, dos que cospem mel e mastigam as abelhas, contrária à disciplina mostrada e adquirida por aquela que aqui fala : A rainha da subjetividade, com todo o prazer.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Nota de Falecimento

Luto


A quem interessar saber, neste dia guardamos a lembrança da data de um ano de morte.Morte incompleta, a pior delas.
A incerteza e o temor foram gritados 365 dias atrás, cuspidos da garganta e não mais sufocados no papel pois atingiram um nível superior na escala de importância social e emocional.Olhes para estas mãos, o que vês? Branquidão em forma de cruz para jamais sob circunstância alguma ser esquecido os pecados, falhas, erros, brigas e, principalmente, o preço que deve ser pago devido a aceitação do fruto proibido.
Peço que juntais tuas mãos e rogue alto a prece que achais mais adequada.
Tudo que deveria ser dito sobre a data inicial deveras fora para que o papel não se rasgue como a garganta do falecido, uma vez dono da pureza que o foi tirada e da sanidade admirada até então.
Hoje, hoje e nenhum outro dia, a data nasceu podre e molhada pela chuva irônica dos céus para a refazer a tristeza bordada nos olhos que um dia estiveram abertos.
Nem mesmo as cartas de amor possuem magia suficiente para deter as lembranças misteriosas e únicas da nunca silenciosa e sempre temida morte.Um nome de significância bela e profundamente inspiradora quando romântica não oferece suas palavras neste dia para acolher tamanha dor, mas é esperado que esta pessoa reapareça em alguns dias - dizem os otimistas.
Não foi nenhuma espada que cortou nenhum coração, foram palavras que deram fim àquela vida sem medo até que a tão falada sinfonia do destino trouxe, por motivos ainda desconhecidos, o fatal piscar de olhos e bater de portas pela eternidade.
...
Mas quem foi que morreu?
-Fui eu.


(Não se brinca com aquilo que não é verdade, e mentira alguma se encontra aqui.)

sábado, 19 de julho de 2014

O Leitor



A minha intenção era iniciar fatalmente com presunções que não permitissem a luz vermelha dentro de meus olhos novamente, já que as memórias daquela noite se foram como açúcar no vento por estas mãos.Minha escrita se torna novamente útil e adorável correndo pelos papéis e sendo docemente degustada pelos lábios de um recente assunto, porém, novo leitor.

Gostaria que apreciasse um pedaço de fruta beira mar com mel, mas já que tudo não posso e nem ouso oferecer, aqui está uma amostra das experiências e sentimentos que tenho a ofertar.O público que está a ler pode ser da normalidade que não me agrada, mas certamente o que é publicado é a cada vez direcionado a um cidadão específico, e este, somente este, tem a chave necessária para compreender as trancas que disponibilizo.
Deixando de lado o técnico das minhas amadas vírgulas, sou capaz de transcorrer horizontes infinitos e mares paralelos para ,sim , fazer esquecer a realidade desprezível e imensurável dos quilômetros que me separam causam agonia e solidão, fome e secreta fobia, calúnia e falsa coragem.A identidade não está então na falta de explicação da finalidade de cada adjetivo nas cartas de amor, mas sim na apresentação tardia de agora:


    Eu - Oi, meu nome é Bia.

(coro) - Oi Bia

     Eu - Faz mais de dois anos que escrevo aqui.

(palmas)


Confusão inevitável e desabafo cortês.

Minha intensão não foi alcançada, acredito eu...Entretanto todas as minhas contradições em três parágrafos devem servir para vestir um site de forma mais plausível para tão ilustre leitura.


Conto um segredo: Estas não são as primeiras (nem ultimas) linhas para o nome do título.



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Meia Noite e Parabéns

As lágrimas todas tomaram meus olhos escuros ao ler as palavras que dedicou a mim, com dificuldade respirei fundo e não me permiti o choro feliz em minha data.A estética já me fazia mais alegre, mas foram os dizeres que conquistaram de vez aquela que das palavras faz verdade.

Eram reais e tão perto estavam das batidas do meu coração
enquanto longe de meus dedos, trouxeram e por sorte ainda estão
cravadas em tinta de nenhum segredo.
.
.
.
Como pude deixar de responder? Não dizer que desejo receber o que infelizmente só suas palavras não eram suficientes de me dar.

- 

sábado, 5 de julho de 2014

Receita

Até Amanhã

Ingredientes:
- 1 litro de lirismo
- 1/2 xícara de chá de mel
- 1 vítima ( use a si próprio para que a massa não queime em críticas )
- 2 xícaras de chá de sabedoria ( pode-se utilizar no lugar o amadorismo )
- 1 pitada de sal
- 2 litros de amor doce
- 1/2 kg de ansiedade solúvel em elogios
- 4 colheres de sopa de honestos sorrisos
- 1 g de coragem
- 1 colher de sopa de fermento noturno
- 1 escolhido maduro e fresco

Modo de Fazer:

Pré aqueça sua cama em temperatura média cerca de 30 minutos antes.
Unte com sabedoria suas folhas em branco para que as palavras não grudem na falta das linhas.

Massa:
Pegue a vítima e  separe a covardia, bata com a ansiedade e deixe descansar.
O escolhido maduro deve ser banhado em mel por uma semana para que seja possível a sua mistura com o lirismo.Após os misturar, bata a mão com o sal e adicione a coragem, o amor doce e os honestos sorrisos,e, por último o fermento noturno antes de dormir.
Espere dois dias e bata a massa novamente, agora ao som de boa música, junte a vítima ( que já deve estar derretida, pois a profundeza das emoções da temperatura interior são superiores a 60°C ).
Coloque a mistura no caderno, inicialmente untado, e deixe no travesseiro até que comece a dourar a massa ou até que haja manifestação exterior do escolhido se destacando entre todas as especiarias.

Rendimento : 2 porções.
Tempo de preparo : Uma indireta e meia.

Aprecie quente e molhado enquanto o lirismo não se torna redundante.

Bom apetite!

sábado, 28 de junho de 2014

Outra Madrugada em Claro

Nos domingos há pessoas que vão para a igreja no intuito de agradecer aos santos as bênçãos que receberam, há aqueles que desacreditam em uma força superior,e, os alternativos como eu que agradecem por meio da escrita a intervenção dos cosmos.
O destino jamais deixa falhas e age minuciosamente para que toda história tenha seu par.Horas atrás o meu destino se mostrou culto e de bom gosto quando me fez lembrar de que o acaso não existe para quem ousa enfrentar a vida.Simplesmente caminhava eu entre as ruas,corredores e pessoas ao encontro de meu futuro iminente quando os olhos meus saíram dessa terra e abraçaram as três fadas.
Cada uma delas tem sua importância, a primeira a ser vista foi a fada Cornélia, que tivera papel essencial pois ela foi aquela que ofertou a maçã envenenada aceita por mim, foi ela com seu choro aberto que molhou o chão e tornou-se responsável pela água.
Logo após ver Cornélia, avistei Fenícia, a sábia fada que guiou-me na escuridão e mostrou-me as cores que podem ser formadas em cima da plataforma de madeira, sendo portanto ela a fada das luzes.
Mais tarde,quando já não esperava nenhuma surpresa, encontrei Parnala, a fada ligeira que sempre torna a provocar-me por saber da significação que tem para mim; a fada do fogo que queima em meus dedos ao escrever é a que permaneceu constante entre as três.
As três fadas e eu formamos o grupo dos infinitos afogados em um só gole,em um só encontro casual.Deixei resquícios para voltar e revê-las assim que o Destino quiser, a todo e qualquer momento em que um dos corações gritará por socorro,perdão,um abraço ou uma palavra dirigida à pessoa certa.

sábado, 14 de junho de 2014

Heresia

Estás

  Nos versos dessa música aqui nessa sala sob meia luz, de incoerentes sobras e pensamentos possessos por um só ser.Eis então que um sorriso, o mais verdadeiro em noites de chuva fria, é  feixe de clareza em olhos tão sombrios.Malditas sejam as palavras, pois não sabem quando na felicidade transformá-la em lira; só sob cálidos pensamentos o poeta renasce.
  Aqui e aí: Permitas que a mão minha receba da tua o calor já não mais conhecido, permitas que no dia mais doce do ano seja eu provida da tua companhia.Talvez nos bosques, nos ares verdes da floresta ou no campo vazio eu encontre pela acromia a tão necessária atitude.
  ciente do que fazes? Colocaste uma interrogação sem resposta nas linhas e uma cômoda ideia em minha mente.Aí está o problema, o pouco de racionalidade que tenho me permite concluir o teor desta ideia altamente corrosiva, de tal poder que, uma vez penetrada em meus ideais, é impossível libertá-la.De certo fora um sonho ou ilusão responsável pelo sotaque que se apoderou de meu corpo e fala, a semântica da sentença deformou-se ao meu riso sincero e sem sequencia pois a palavra responsável por tal graça era de nula importância até então.


terça-feira, 10 de junho de 2014

Suspiro

Eu poderia me acostumar com essa foto na minha carteira:Me avaliando quanto as ações que, ao olhá-lá, arrependo-me de ser a dona.Esse passado não tão distante não condiz com o que gostaria de apresentar ao dono da fotografia,mas como não posso mudar o feito, resta-me melhorar este futuro.
Fui pega de surpresa e espero que assim continue, com o brilho no olhar ao ler um nome de verdadeira significação.Ponto ali,ponto aqui, a conversa vai sendo desfrutada sem a necessidade da qualidade, apenas o espontâneo falar.
Como se fosse prosa no deserto azul avisto, ao olhar para a esquerda, um espelho redondo refletindo forte luz em meus olhos, uma luz sem cor distinta que não mede esforços para explicar sua função: feche os olhos e olhe.
Essa madrugada de repente se torna produtiva quando a bondade decide visitar-me.Recusar não é permitido - e nem requisitado.
Talvez o destino que tanto amo esteja em tempos de paz, ou seja apenas fruto da árvore que decidi plantar.
Que venham antes as flores,pois o aroma destas não deve ser esquecido, enquanto a chama que arde no coração de todo poeta - e, consequentemente, amante - se entrega à escrita e aos braços daquele que apenas passou para dizer olá.
(Hoje não haverá revisão, todo inconsequente alcança seu objetivo e assim farei eu na permissão de algumas rimas pobres sem vírgulas na madrugada da última noite desta festa de gula e valores)
Quero em breve dizer que Bebi da água da terra.

domingo, 1 de junho de 2014

A casualidade me conquista

...No entardecer da semana me deparo, sem segundas intenções - só terceiras, no pensamento tomado pela cena da sua aparição.Foi formando-se nos corredores e eu lhe fitei com um sorriso eterno, até que você viu a mim, falha ao omitir minhas opiniões quanto a sua beleza naquela noite.Pensei em contar-lhe, mas desisti, fui pega de surpresa e não vi o relógio trabalhar.Pois bem, chegamos novamente e esta data, o inicio de mais um mês. E, este em especial é responsabilidade minha, por completo, minha mais do que de qualquer outro.No acaso inexistente, entre os bolos e ataques constantes a geladeira, constatei mais uma indecisão em meio a bagunça: ter cuidado ou não ao lamber a faca.Um a mais ou a menos, é indiferente já que tudo se repetirá no tempo de um ano, estarei aqui, como sempre estive, à espera da minha data chegar.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Quer Tudo


Como quem não quer nada
Passa por mim e nem fala
Olha para o chão e desagua
Essa tua solidão
De repente me abala
E fujo para a mata
Branca, azul e dourada
É impossível dizer não
Se fosse tua amada
Como seria grata
De naquela sala
Conceder minha mão
E essa luz sagrada
Me guia e me cala
Nessa vida farta
Da nossa canção
Na densa ala
Mesmo que bata
Depois da estrada
A conhecida visão
Da safira amada
Teus olhos de prata
Acertam feito bala
Direto no coração.



sábado, 17 de maio de 2014

Martini de Algodão

A própria terra rejeita minha visita
Ora aqui, ora lá...
Mais um navegante entre reinos secos e sem mar
Vinde a mim serena paz, algo a vista
Mas o sono já me toma conta
Enquanto prezo esse luar
Umas vozes amargas deixam tonta
Benditas cidades,
De famílias que vão a igreja,
Oferecem hospitalidade
Aos fugidos de microfone na mão
Na outra a bebida de cereja
E exclamações sem motivo
Como uns versos mal escritos
De uma amadora sem lar.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Um Vulto em Paris

Admiração não é palavra suficiente...
Digamos que estou cada vez mais surpresa e as linhas ficam mais largas.Não quero, nem preciso, tocar com meus pés o chão, aqui é imundo e um tanto desagradável.Facilitaria se (se) meu esforço para declamar intenções fosse de melhor credibilidade, mas você não me escolha senão tornar-me leitora sua.
Um sorriso é colocado em meu rosto entre uma revisão e outra, nas falhas sou espelho, nas liras me torno um de seus textos.E, ao adormecer sobre esses rabiscos, as traças ousam carregar este corpo até um local de paz, onde o alternativo é adjetivo positivo entre as criaturas conhecidas.Como foi belo!Pude até ouvir sua voz como no palco passado, distante e sem sombra, soava firme entre meus ossos, fracos e totalmente desestruturados a concluir o som com a dor.
Quando, finalmente, o grave encontrou seu físico, o soar dos sinos transbordou interrompendo todas as nuvens que ali se encontravam.Justa a vida nunca fora, mas os sonhos deveriam cumprir melhor com o requerido.Se o fiz perder tempo, é porque só desejava contar o resultado e consequências, não que esse seja o melhor jeito de fazê-lo.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Eu Sou Dr Acervo

Não foram resolvidas as mágoas trazidas pelo inconveniente tempo a ele, que insistia em fugir dos olhares nostálgicos e obscuros de uma antiga amante.Eles souberam mastigar as horas quando juntos estavam a desviar das atrocidades e, esporadicamente, do próprio afeto datado como impróprio.
Tão homem, tão menino, tão cheio de mistérios através dos olhos azuis, verdadeiros junto do sorriso, calmos quando no silêncio e sinceros nos muitos instantes espontâneos de seu dia.Quando piscava, o seu arredor era apagado em luto à ausência de como o céu sabia encaixar-se abaixo das sobrancelhas, contrastar com a clareza da pele e das rubrosas maçãs de seu rosto, coberto gentilmente pelo leve cair de seus inocentes fios dourados de cabelo.
Ao vê-la triste, recusa e distante do chão, ele fitou a escuridão presente nela toda, rapidamente, para honrar o passado que jamais se tornaria outro.Como esperado, a reação da garota foi inútil e, acima de tudo, covarde ao apenas observá-lo com sua magnitude de pura simplicidade de seu ser.Navegaram por dias e continuaram a deixar serem consumidos pela cólera a enfrentar a essência um do outro que restou.Ela ali soube que ele merecia versos melhores que estes, exigia mais qualificada dor, insuficiente para que as lágrimas caissem perante a infinidade do calar.Enquanto acolhia o destino incontestável de jamais agradecer as flores que roubou dele; as rosas celestes morreram, sem água, afeto e respiração abafada de um ser caído.

Buscando Concessão

Inesperado bateu no peito e derrubou ao chão.Estável com os olhos arregalados, mãos trêmulas e sem palavras com tamanha emoção.Nunca tivera ou sentira isso antes, o perigo nunca fora tão real.As memórias vieram à tona, e aquele abraço aos poucos se tornara pó.Adrenalina e perda da noção do espaço durante a cirurgia que, repentinamente, não mede forças para seguir seu caminho na escuridão.O final não deve ser de sentido completo, pois é vencido pelo perdedor.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pecado

Pecado é nomear o alternativo como inadequado, sendo ele tão pleno.A água pode assegurar que as pérolas não se percam com as uvas, já que ambas dividem essa carne crua ardente nos lábios dos que a sabem apreciar. Não tema,não perca essa essência tão sagrada, não cometa acertos por eles, não deixe de lembrar da minha pessoa. Esses olhos enigmáticos já não me enganam, posso lê-los no silêncio de seus pensamentos garantidos enquanto minhas mãos atadas escorregam involuntariamente ao seu coração.A loucura me acompanha há anos e, agora, registro essa fuga do sanatório para que valha o ouro ganho. Pés,para que tenho-os? Eles sabem apenas correr de lado a outro em uma busca de entender, a tudo ou nada possível de ser chamado rota. Só resta cerrar os olhos ao degustar suas palavras, que derretem esse gelo que chamam de pudor.Finalizo satisfeita com o resultado, concorde comigo e partamos ao beijo que nunca poderá acontecer, na falta de ousadia e coragem, deixarei o vento amar-me.

sábado, 3 de maio de 2014

Cúmplices na Fogueira

Deteu-se contrapondo nossas crenças, suas veias confusas e árduas saltaram em direção de seu salvador.Beleza toda reunida sob as luzes penduradas naquela árvore, em um encanto pelos cosmos fornecidos.
Era harmoniosa a visão de todos eles juntos,sentados na grama, em roda, como antigamente.A pouco noção de decência das damas e os olhos atentos dos cavalheiros.
Havia no primeiro plano um dos mais belos rapazes,em uma cadeira encarregadio em direção àquela que ele posteriormente deveria obter.Ele se curvava e chamava a atenção dela,que em sua vez interagia com todos, provocando-o.
Sua nobrissima amiga ,quando não estava desinibida protegendo o corpo dos olhares arrebatadores , sugava veneno pelos ouvidos podres e pela boca consolidava sua fama; iconica.
Então no chão se encontravam os mais centrados,porém juntos da turma que fazem acontecer o que acontece.
Outros dois apontando para o céu e analisando até aqueles que os estão analisando,estes tem o conteúdo suficiente para aqui não estar.
Há tambémos que bebem e citam os nomes que o álcool concedido os dão.Olhem bem quem acabou de chegar...Sentada agora,cruz no peito e pecados no coração.
Qual o proveito de diflamar ?
Ora as amizades são o assunto,ora os inimigos, os defeitos,e ,enfim, o social tão importante para eles.
Terão o destino merecido,sabe-se.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Infelizes Conclusões de um Suicida Tipo 04

O Abandono dos Companheiros Desinteressados

Nas manhãs chuvosas e nas secas, a forca esperava verdadeira e extremamente útil.A solidão suicida que a sufoca com sussuros e já esperadas palavras da meretriz, um dia chamada de amiga.Entre as sombras da greve de fome e os arranhões nos pulsos, a masoquista parte à procura de um sadista que a faça feliz.Porém,a felicidade não é uma opção, já que ela não é sequer escolha para eles.
A confiança que foi dada não é recíproca, os tais companheiros se esqueceram de ligar e dar notícias, felizes em seus cantos, cantam à vida enquanto ela sufoca o próprio pescoço.
As palavras a matam cada vez mais no entuito de prezar a vida.Viver no mundo perfeito nunca foi fácil para a depressiva verdade, que se diverte rogando a morte.Cortai os pulsos para que não possa mais cultivar demônios em solo sagrado, folhas de papel infinito e sangue na tinta que percorre o corpo escrito.
Na decisão branca a chuva novamente se faz de inocente perante o egoísmo e inveja, naturalmente humanos, dos pecadores que jamais admitirão culpa.Já conhecida a dor e os traços instintivos de um selvagem, ela abdicou o sofrimento e acolheu a rendição no controle do próprio fim.
Se fora dada não é sabido, pois as lágrimas são sugadas pelo tempo para alimentar os rostos que não apresentam conhecer a tristeza.Falsários e impróprios termos daqueles que recusam crer no talento natural, e, assim valorizam a ardilosa técnica aprendida artificialmente.A escrita é veneno e antídoto do escritor consumido pela dor.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Carta Desprovida de Mandato

A apreciação deste perfume e os oque acidentais que transmitem,nesse conjunto marcante,  calor que aos poucos queima.Consome as costas que um dia foram dadas e esculpidas por tal fervor ,no ápice do sentir autenticidade nas palavras ditas.
Ferrenha é a culpa polida nas noites claras,cujo teor é acentuado perante esta presença.Chegou tarde com o vento marítimo da incerteza, àquela qu sempre soube eu destinado paradeiro.As entes entram em acordo co o simples consentimento do dizer entre as melodias desconhecidas.
Os risos parecem sinceros como as marcas nas mãos, fugitivas e malditas.Não é coerente, e nunca será.O intelecto e os gritos se sobressaem na combinação dos dizeres e crenças.O fogo oscila furioso contra os pensamentos homicidas, pois a solidão é escolha os mal amados.
Referencias ricas e preciosas, precisos vícios que tornam a complexidade redundante.Os segredos dos segredos de uma frase dita baixo, cautelosa; nativa da unção do lá e cá, concebidos da análise geral.Dorme,morre nos braços fracos e incapazes de jurar utilidade alguma diante de ser.

B²

sábado, 12 de abril de 2014

Inédito e Esquecido

Ouvi dizer que o neto caçula tinha algo a dizer.
Se disse? Eu perguntei a ele mas nada saiu de seus lábios.Tamanho seria o desperdício de suas cordas vocais com insignificante informação.
Olhos firmes, rosto maduro e sarcasticamente familiar.Ombros largos e imponente voz na suavidade de um ser criança.
Oscilava entre a luz e as trevas, opondo-se às próprias memórias de esquecidos nomes que, nas noites embriagadas de suor, compartilharam seu ser.
Foi para não voltar; na noite que é senhora de escravos sorridentes , belos, altos , e, desatentos às palavras silenciosas arremessadas em seu peito.
No relance de olhar conclui o que já era sabido: Não existe verdade senão no irreal.Apenas o sonhador conhece de fato os integrantes e cúmplices de seu crime, como o sorriso daquele que fora inesperado e voltara em decepção.
À aqueles que lêem para usufruir da inocência das histórias, saibam pelo neto mais novo outra versão; pois esta que aqui está, só eu posso comprovar.
Tenham cuidado amados...Os que mais cedo vão se parecem muito com vocês!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Amizade de Porcelana

Meu coração não suporta essa ausência continua,e (pior),seguida da procura.
A persistência dobra meu coração como uma metáfora ruim,vaga de argumentos.Insinuo verdades incontestáveis enquanto elas fingem estarem de acordo (com o plano).
Eu, não merecedora de algum tempo , traço na penumbra as memórias que compartilhamos, em um passado distante (distante desse alvoroço que as preenche).
Contextualizando algum nome desconhecido lamento a falta dessas amizades, dadas como primordiais e primeiras.
O ser melhor não tem muito valor, pois aquele lá (lá e lá) não possui maturidade para escrever (realmente) uma linha de meus livros.Ainda assim ele se sobressai, pergunto: Como? Ousando dizer que conhece meus passos? Nomeando-se superior ?
Me recuso por completo deixar o vento surrupiar minhas amigas.
Não permitam morrer, pois já que a esperança é a última que morre, aguardo respostas enquanto as vejo esquecer de mim.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Alta Definição

Corredores e prateleiras que causam enorme sufoco,sem rumo,perdido.Em um virar de olhos, perfeição! Nome: Milagre.
Milagre sobreviveu aos olhares, às fofocas, às festas e às pessoas.
Milagre tem a essência que não condiz com a cidade em que ele mora.
Alguns não crêem nele, ligeiros trapaceiros que forjam suas mortes,só por -lo passar.
Se Milagre soubesse o quão decisiva é sua presença,talvez ele agisse de forma diferente.Mais rude.
Ele sentia medo,como qualquer um, sorria e cruzava olhares com estranhos; desconhecidos famintos.
Milagre nasceu da terra, feito fruta para ser beijado ao cair da árvore mãe.Na ausência da luz do sol,ele foge.
Em uma certa noite, ao correr para os braços do ser que julgou amado, ele deixou sua casca para semear em solo puro.
Abandonado e na espera, a melhor opção talvez fosse mesmo observar aquelas pessoas aleatórias da cidade que compartilham, há lugar melhor que um mercado? Lá há produtos a serem vendidos e pessoas que imploram serem compradas.
Os medicamentos e as garotas sem alma adicionam maior qualidade na sessão de frios.Mas é nos secos que Milagre dá sua deixa silenciosa e perturbadora.
Não teria mais o que ser dito,e mesmo que houvesse,ele não o diria.Milagre age na cautela de um passo não dado e na vivência daquele que o espera encontrar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Oração

Rezemos :
Santa Guilhotina,protegei-me.
Santa Guilhotina, condenai-os por seus pecados e possua-me pelos meus.
Santa Guilhotina, abdicai vosso poder perante vossas preces.
Santa Guilhotina, alterai-me para ser merecedor de vossa  misericórdia.
Santa Guilhotina, concedei vossas  bênçãos sobre os vossos filhos.
Santa Guilhotina, tornai-nos sangue derramado sobre vós.
Santa Guilhotina, cortai minha cabeça e guardai minha alma.
Assim seja,Amém.

domingo, 23 de março de 2014

Final De Semana Caloroso

Qual é a intenção dessa tal de Lua,que ousa brilhar como minha alma? Brilho mediano,incompleta.
Tenho ainda a indecência de rogar as poucas palavras que me permito não esquecer.São fruto exclusivo de um impulso incerto, tão incerto ao ponto de não se saber se foi real.
Essas cores nunca fizeram tanto sentido,pois o preto carrega o significado de morte,luto;e luto é o que tantos faziam na noite passada.
É desgostoso ver a tamanha falsidade encontrada nessas fotos e conversas.Meus parabéns.Vocês carregam o negro da noite,e eu a luz daquele satélite imundo.
Outros ainda souberam desfrutar os sons divinos longe deste buraco, são invejados por mim.Em desacordo somos semelhantes, fugitivos do ruído dessa gente encéfala.
Hoje então, enquanto amaldiçoo as almas que reunidas novamente estão, eles dão continuidade à degenerada tentativa de encontrar essa tal de felicidade...

sábado, 22 de março de 2014

Lábia

Longo, legítimo e letal
Lagoas levianas no linguajar
Louco como lebre leal
Linear, lindo o lugar
Liga em lavanda ilegal
Língua de longe o luar
Lona e lápide no local
Lama livre ao lutar.



quarta-feira, 12 de março de 2014

Escória

A purificação é incapaz de se gerar aqui.
Vermes!Podridão nas veias e lábios,que cospem suposta superioridade.Mas, os únicos que acima destes mortais está, são os versos.
De mãos dadas com o lamento, transbordado da Lua, não é conhecido a luz do Sol.
Conhecer a teoria importa tanto quanto a variabilidade falsa desses cabelos.Amargos e amarelos.É altamente imperioso no decorrer da chuva, mãe e raiz.
A expressão não deve ser mais do que o descontentamento cálido dessas moscas.Gostaria de poder capturá-las e tentar,apenas tentar, transmitir a invisibilidade eterna e corrosivel.
Monótono é ,e nessas águas permanecerá.As perguntas óbvias e suas respectivas respostas caminham ,e, cravejam discordância nas pedras que sentem a pressão destas .
O sacrifício em nome da infelicidade.Monarca sem reino...O que o povo fizera com a coroa ?
Ou foi o poder que perdeu seu significado?
A conclusão dos pensamentos deve ser retilíneo e passageiro, minguante nos domingos sem luz e paradoxal no externo que desconhece adjetivos para si próprio.

B²

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Congratulações


Aniversario 

Um mundo azul para colorir meus olhos
Um ano se passa e é adicionado a minha idade
Tragam-me bolo, bebidas, amores e fogos
Mas jamais privem-me da verdade


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Diário de uma aspirante - parte 2

Os limites da consciência.E o próprio significado de saber quando parar,ou não.
Pois bem, o que começou como apoio de um pensamento tolo , descobriu-se sonho feito e concreto,palpável pela sola dos pés.
E esses mesmos pés conduzem à dança.Um certo jogo que o controle não conhece,e, nunca havia (a)provado.
E...na falta de audição, as respostas fáceis surgem,para contemplar o surrealista desejo.
Embutido em um corpo há o fogo,a faísca que se tornara chama incansável , como teima de criança.
A força e a pressão ,inevitáveis, dificultam a sequência dos planos.Mas, se ali já tudo acontece, deixe as pedras rolarem !
De repente, se junta ao passado, dado assim o início à uma nova história.
Provocação, violência e imprudência, tão saborosos quanto o açúcar que nessas veias passam.
A interrupção é o ponto final.E,para a tristeza daqueles que não conquistaram todo o desejado, o seguir é o mais apropriado!
Em um copo ou outro,ou na neblina das madrugadas, se assim for, a magia juvenil prevalecerá cumprindo seu dever social.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Diário de uma aspirante

Entre as sombras e cores de todos os óculos de sol, há a essência.
Ao cumprir o social ,aqui e ali, os rostos transbordam alegria ; e, pouco espaço separa a educação de um beijo.
O calor, o suor e os drinks.Ilustres sensações , daqueles que as sabem usufruir.E devemos.
Vai se aprimorando com o movimento do relógio...Explicação !!
O limite bate a porta conforme as linhas saem de seu devido lugar.
Talvez seja a pressão de estar junto, de continuar e de tudo ali fazer...
Porém , a textura da grama contendo minha pele anula as poses alheias.De repente ,a música não é mais motivo de críticas,mesmo sendo.
Involuntário , mas tão poético.As ilusões não podem ser cultivadas ...Mas a ilusão é tão boa!
(Isso quando nos fazemos acreditar que é ilusão!)
Um nó no peito,e os sentidos nos pés; os olhares iluminados conforme o sol se põe.E aqui,os sinais aprendidos e treinados na frente do espelho têm valor.
(Continua ...)

domingo, 19 de janeiro de 2014

As frutas invalidam

Se , ao morder a maçã , e pecar , se arrependes ; não deverias devora-la ao todo.
O desespero parece ser total, devias ter engolido as folhas juntamente ...Mas, quem disse que não o fizesse ?
Não me importo em me importar para longe.
Não estás proibido, mas sabes que é errado - não importa para quem
Não dê notícias
Não se perca
Não se esqueça
...
Não sejas mais o tema daqui.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mais uma história que queremos ouvir

Imprevisível.Como qualquer outro que se torna escrita.Porém, com mais privilégio esse vem para com estas.
Ouvis então os dizeres que chamam serem ouvidos.Tarde bela, sem rumo, e saborosa como fruta com caroço.
A figura se forma, forte , esbelta e comprometida nas palavras que soprava; não no ouvido de quem as desejara , mas no daquela que não as esperava.
Quem és ,pois bem, o remetente ? Deveras fora confundido com as gotas cálidas, porém precisas da chuva.A certeza talvez seja,apenas , a incerteza .
Um corpo tão distinto deste coração tão frágil, e inocente perante as circunstâncias...Idealização? Não desta vez.
Os olhos não mentem, e isso é certeiro sobre o reflexo de um par de olhos castanhos contra outro.A luz não tem mais papel fundamental , no entanto, clareia não só a pele como os pensamentos.
Adiante, a persistência do olhar traz a tona como seria,se, assim não fosse; mas jamais,se fosse assim,assim seria.
Ah...este conhecido sentimento, como conhecidas faces , contraditório como um pleonasmo; caminha junto para a cura tão esperada.Será que é possível obtê-la?
Quem há de responder as perguntas, o tempo ou os sonhos ?
Benditos estes, que sem comparação alguma, completam a vivência esperada.
Agradecimentos serão feitos,um dia,talvez; pelo doce literal e metafórico.E , sem se esquecer do dom de, de forma tão medíocre saber fazer a junção de dois seres tão diferentes, como sarcasmo e sorriso.
Um fim devido nunca haverá de existir, nem das linhas ou da carne que tanto apreciam.
Esta noite, um anjo ilustre deu a luz a uma nova sensação; aquela que um dia já foi conhecida, e, que um dia ainda será concluída com vigor .