segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Uma fábula psicanalista

   Era uma vez um menino comum, com pai e mãe.Ele se chamava Jonathan e tinha apenas oito anos quando escreveu seus primeiros versos sobre sua feliz família, assim eram:
'' Meu pai é meu herói
Eu quero ser para sempre o queridinho da mamãe.''
 Rabiscou estas palavras na parede em que, dois dias depois, foi colocado seu guarda roupas, cobrindo a bela história.Quinze anos se passaram, e Jonathan agora já era formado em filosofia na faculdade, até que, em um agradável dia, ao visitar a velha casa, descobriu a travessura deixada na parede e que, de fato, ele também era pesquisa de Freud.
  Analisou atenciosamente sua projeção em seu pai e não aceitação da perda do colo da mãe.Frustrou-se a estudar o Complexo de Édipo e neste encontrou respostas dos frequentes conflitos com o pai ao defender a mãe.
  Dois dias depois, em um domingo, Jonathan foi encontrado morto no mesmo local.Suicídio.Fora seu Id gritando morte ou Superego o protegendo da verdade?





















quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Deidade





A faca não sacia apenas a dor dos que querem tirar a vida, claro que não.
A faca esculpe na pele, mesmo sem o toque, as palavras que não querem ser esquecidas
- e nem devem -
Assim foram:
"Porque este meu amor
tem nome e sobrenome
Apresento com louvor
Caleb Sindores"

Ao fim da tarde
A faca se foi,sã e limpa.
Com cabo de madeira bem velha,
E ponta afiada em aço de boa qualidade,
Lacrava em sua essência um poder inimaginável:
Quieta na gaveta cuspiu a tinta que sobrara, fez desenhos.
Eram cães, cidades, rosas e príncipes de olhos escuros e barba.
Foi tamanha a confusão já explicada por muitos profissionais antes.
Os desenhos tomaram vida, as cidades tão azuis se juntaram às existentes, 
As rosas foram junto para compartilhar a beleza e paz nos corações humanos,
Já os príncipes se separaram formalmente, exceto um aqui permaneceu:
Aderiu aos conhecimentos do mundo e os tomou como seus próprios,
Tornou-se mestre e deixou a barba crescer para enganar o tempo,
Vestiu versos, óculos, ironia, sensualidade e conhecimento,
Adotou a voz serena e provocadora entre os tais lábios,
Ensinou ao povo a adoração aos deuses e mortais,
E, em uma branca manhã de segunda-feira
Tomou como verdade a volta da faca,
Entre o peito pulsante e a pá
Escolheu viver.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

10:55 am ( Implacável )

Eu estou no presente continuo com direito a gerúndio ainda me sentindo desbravada,
como quem não tem o que esconder, nada de errado ou proibido
foi no passado nada simples difícil de fitar os olhos, algo parecia impedir o contato - provavelmente é o distanciamento da realidade de tantas coisas - que só me faz sublimar mais e melhor.
É...e , se pudesse dizer, o que se alastra em meu peito quando o ar que é trazido pela porta branca me atinge, o perfume sempre incerto como o segundo dia da semana.
Se fosse recíproco, os sonhos não teriam função a não ser retratar o que se quer ouvir, mas as provocações já são suficientemente fontes de saciedade diante de toda confusão.
Parece até amor de gente que corta metade do cabelo! Sentimento de Platão mal resolvido.
A correria de lá pra cá é evidente e degustada nas palavras bonitas que escrevo na folha em branco, nas linhas que apelam e gritam piedade diante do excesso de purismo - que é preciso para que tudo vá de acordo com o plano.São lentes nos dois lados, causadoras de espasmos em ambos, recebem e doam, atiram e são atingidos, batem e apanham.Masoquismo aqui, Sadismo lá? Ou será saudosismo ?
Chega.Vou me poupar aqui, não são todos os olhos que merecem ou devem ler o olhar de............
Ah! Os suspiros são inevitáveis, mas o exacerbado tom de noção não.
Sorriso, escorre pelos lábios ardente e maduro.
Desejo boa noite enquanto o devido termo é aqui tido como subliminar.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Platônico Gêmeo Ardor


Bom dia espelho de Sol
É dia onze
Febril e patriarca
Na luz de longe

Diz adeus com café seco
É essa voz
Minguante e consciente
No outro vão veloz

Lança ósculo de má fé
É nessa mão
Firme e politizada
No mar em vão

Adormece e livra o lençol
É onde mora
Silencioso e condenado
Na morte certa hora

Unânime cala o sem fim
Ê o olhar
Sedentos e adeptos
Na visão a provocar

Mentor falha ao viver aqui
É ser vital
Digno e incontestável
No colo inibe banal.


domingo, 14 de setembro de 2014

Insanidade e Sonhos Reais Demais/De Mais

Poucas almas são capazes de distinguir ...

Caleb era um detento da vida e prisioneiro de si mesmo
Ele forjava segredos nos olhos de quem o queria ver
Ela forjava os sonhos para melhor vi(ver) durante o dia
E as noites mais frias continuavam os mesmos lamentos
Mas, aquela  manhã de domingo começou diferente
A lembrança do acontecido e sonhado era agora distinguido
Finalmente!
Nas tentativas de garfar o molho ela perdia a atenção
Do que dizia e tentava defender incoerente como sempre
Silenciou-se para observar com atenção Caleb, em tudo
Em nada, era lá fora com ela e com o que mais estivesse
Mil versos ela escreveria, já que palavras são infinitas
E descrição em ambos sentidos não era um de seus melhores
Para findar ela bebeu todo o absinto que encontrou empoeirado
Era a fuga e a solução para seus problemas desfigurados
Pouco absorveu depois do fogo descer por sua garganta aflita
Ouviu ''estranha'' e viu tudo girar ao infinito sem música
Ele se aproximou e a abraçou como quem vai embora
Mas falou baixo em seu ouvido palavras que ela não ouviu
Entretanto ela havia entendido o que ele queria dizer lá
O puxou pela mão e ele, surpreso por ela estar ali com ela
Repetiu o dito antes e olhou fundo nos olhos escuros
Lá encontrou tudo já conhecido há certo tempo incerto
A mão estava no cabelo, e agora os lábios dele nos dela
Foi puro, e por isso tão errado - até mesmo diante do limbo
Pediu silêncio e segredo, ela concedeu e foi ele embora só
Ao pensar no que acabara de viver, surtou como nunca antes
Perguntaram onde estava o tal Caleb Sindores e suas ideias
Exitou falar de boca aberta e seu fraco coração parou de pulsar
A levaram ao hospital
Ligaram para a família
Chamaram todos os médicos
Injetaram de tudo:
Morfina, Realidade, Coerência e glicose
O doutor aflito comentou com a enfermeira
''Nunca vi um caso assim, é muito estranho''
E, estranho era de fato um bom adjetivo para ela
Apenas perdia a posição de melhor para o perfeito:
Louca.