sábado, 22 de novembro de 2014

Por duas horas em prantos

Desde ontem, o anseio me preenchia com a chegada data.
Ali, como a noite de glória e aplausos que não me pertencem mais.Tive de confirmar, de ir.
Lá cheguei minutos depois da reunião da qual eu quis fazer parte novamente, mas certamente é obra do destino : minha ansiedade se tornaria a delas.
Vamos a sentar, a sentir com os pés descalços a madeira do chão e engolir com os olhos o vermelho das cadeiras.Aos poucos lotada.E, meus olhos já se esgotavam de lágrimas antes mesmo de derrubá-las.. - pelo menos as deixei lá.
Ao começar, já perdi o senso de multidão e me senti acolhida ali, assistindo o que jamais deveria.No fim, tudo acontece ainda por um motivo.
O meu desta noite poderia ter sido o amadurecimento artístico e sentimental da minha pessoa, com a superação da perda e de souber lidar com ela.Não.Simplesmente porque se trata de mim.
A peça acabou e corri, sem coordenação nas pernas, até o palco e voei de abraço a cada uma, cada uma que ainda ocupa espaço no palco da minha memória.
Sem fôlego não pude dizer nem o básico e deixei-me envolver na reminiscencia a ponto de esquecer-me das obrigações que devo cumprir logo.

Terminei terminada : em prantos.

No fim, perdi por hora meu lugar lá...
O lugar mais belo do planeta me tirou um inesperado sorriso quando me disseram :
" Você não era o...? "
Conclui a frase, mas não a fase.

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