quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Gole de outros venenos

A pele esmaecia em sentenças curtas.Os olhos inchavam.Entre os mil e um desejos que guardava cruzados no peito, todos os dois decidiram tomar frente naquele dia tempestuoso.Queria adjetivos, metonímias e complementos.Gritava nomes, queria ser dois - mesmo dois já sendo.Um por outro não havia como, tinha de igualar a queimadura com o remédio.
Vomitava mais que sempre desejara fazer.Fez as malas, não deixou bilhete e pegou o primeiro trem para a ultima estação.
Desdenhou as rachaduras nas mãos, as mechas molhadas.Aguentou mais um dia, e, mais uma noite detenta a sobreviver dos seus segredos.Eram muitos antigamente, hoje, apenas três.
Nem mesmo um condão faria outra lágrima voltar.A garganta não mais cedia e despejava nas letras mais um pouco do que não tinha como ser descoberto.Eram drogas demais embaladas em vidros comerciais, intituladas como deveras os donos quisessem.
Vício congruente, choro e mentiras em nome das verdades - sonhadas em felizes.

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