quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Quem há de ler outra paródia

Roubaram-me a fala, as palavras, a caneta, os desenhos: tudo.
Esperava ansiosamente um adjetivo, uma resposta, uma mudança.Esperava que fossem mais discretos quando fossem falar sobre meu futuro, mais descritivos... Nem arma, nem faca usaram no roubo; apenas o conhecido método, o melhor deles: sequestro.
Quem diria que o mais furtivo me fora tirado.O mais precioso e indevido de minha vida.Amor? Paz? Estes voltam com o vento sempre fiel. O futuro me fora tirado, raptado e atado em cordas velhas. Ele é frágil e necessita de atenção, de cuidados.
Os atrevidos perguntam qual era o valor do resgate. Tão alto quanto poderia imaginar. Pagar com o tempo, com a espera guardada nos cartões.Limpei a carteira: nada mais restara.
Ligaram-me dizendo:
''Estamos perto, mais informações ainda hoje ''
Que terrível dia, de horas incontáveis.
Há de chegar, de ser recuperado.
Uma carta estava à minha espera:'' 23 ''
Nenhuma lágrima ousou cair até receber o que fora prometido, o que fora pago. Mais de mil noites a conquistar o que talvez nunca chegue a voltar.
* É, continuo não sendo A melhor, apenas a mais pura antítese.